PUB

Dia Mundial do Cérebro: 9 hábitos para manter o cérebro saudável

22 Jul 2023 - 08:30

Dia Mundial do Cérebro: 9 hábitos para manter o cérebro saudável

Em 2014, a Federação Mundial de Neurologia (WFN, sigla em inglês) instituiu o Dia Mundial do Cérebro que se assinala, desde então, todos os anos, no dia 22 de julho. Esta iniciativa foi criada com o objetivo de promover a consciencialização e a prevenção das doenças neurológicas. Mas o que podemos fazer para manter o cérebro saudável?

PUB

Que hábitos adotar para preservar a saúde do cérebro?

Em declarações ao Viral, a neurologista Cristina Duque começa por adiantar que “há inúmeras doenças que podem atingir a parte cerebral” em diferentes “etapas da nossa vida”.

Segundo a médica, deve-se ter em conta que “existem fatores genéticos e epigenéticos que condicionam também o nosso potencial, a nossa reserva e resiliência cognitiva”.

Contudo, de facto, “a incapacidade cerebral, ou o dano cerebral, pode ser prevenido, tratado e reabilitado”, defende. Por isso, aponta 9 hábitos que podem ajudar a manter o cérebro saudável durante mais tempo.

1 – Ter uma alimentação saudável

Manter uma alimentação variada e equilibrada ajuda a preservar a “boa saúde do cérebro”, adianta Cristina Duque. 

Assim, é importante adotar uma dieta com “poucas carnes vermelhas”, muitas “frutas e legumes” e “bastantes fibras e frutos secos”, acrescenta.

2 – Manter uma boa rotina de sono

“Preservar uma boa qualidade do sono é essencial desde sempre e até ao final da nossa vida”, assinala a neurologista ouvida pelo Viral.

No mesmo sentido, num documento da Organização Mundial da Saúde (OMS), refere-se que “a quantidade de sono também tem um impacto profundo na saúde do cérebro na idade”.  

Por exemplo, “dormir seis horas ou menos por noite, na sexta e sétima décadas de vida, confere um risco 30% mais elevado de demência”, aponta-se. 

Além disso, “a duração anormal do sono (curto ou longo) também foram associadas a um risco acrescido de acidente vascular cerebral”. 

3 – Fazer exercício físico regularmente

Na visão de Cristina Duque, “a atividade física regular e adequada a cada uma das pessoas” é essencial para uma boa saúde do cérebro.

PUB

Tal como se explica num texto publicado no site da OMS,  “sabe-se que a atividade física afeta a saúde do cérebro ao longo da vida, sendo a inatividade física responsável por quase 8% dos anos de vida perdidos por acidente vascular cerebral a nível mundial (ver aqui), bem como por 2% da prevalência global da demência” (ver aqui)”.

Além disso, mesmo “no contexto de doenças neurológicas como a doença de Alzheimer, a doença de Parkinson, a doença de Huntington e a esclerose múltipla, ou durante a reabilitação pós-AVC”, a atividade física “pode também melhorar a saúde do cérebro”, refere-se no mesmo documento.

4 – Evitar o abuso de substâncias

Para a preservação de um cérebro saudável, Cristina Duque considera importante “não fumar” e “beber apenas em quantidades adequadas“. No fundo, resume, “não deve haver abuso de substâncias”.

De acordo com a OMS, “o tabagismo está associado a um risco acrescido de múltiplas doenças do sistema nervoso central, incluindo o AVC, a demência e a esclerose múltipla”. 

Noutro plano, escreve-se, “o álcool pode ter um impacto direto na saúde do cérebro (através da atrofia cortical e a degeneração cerebral), bem como um impacto indireto através de complicações decorrentes de deficiências nutricionais” e risco cardiovascular.

Para mais, “o consumo nocivo de álcool confere um risco acrescido de demência”, já que quanto maior o consumo de álcool maior o risco de demência

5 – Evitar danos traumáticos

Outra medida preventiva importante é, segundo Cristina Duque, “evitar danos traumáticos, lesões traumáticas ou traumatismos cranioencefálicos que, a longo prazo, também são adultérios para a saúde cerebral”. 

PUB

A OMS explica que, “consoante a sua gravidade e frequência ao longo da vida” – e “além dos danos estruturais diretos e imediatos que podem causar ao sistema nervoso” -, os traumatismos cranioencefálicos “têm sido associados a processos, mais a longo prazo, prejudiciais para o cérebro”. 

6 – Estimulação intelectual

Para Cristina Duque, é importante também “aumentar a reserva e resiliência cognitiva”, o que pode ser feito “desde sempre”, através de estímulos como “a leitura, os jogos (sopa de letras e palavras-cruzadas) e até através da educação”. 

Num artigo da Escola Médica de Harvard explica-se que “as atividades cerebrais estimulam novas ligações entre as células nervosas e podem mesmo ajudar o cérebro a gerar novas células, desenvolvendo a ‘plasticidade’ neurológica e construindo uma reserva funcional que proporciona uma proteção contra a perda futura de células”.

Assim, “qualquer atividade mentalmente estimulante pode ajudar a desenvolver o cérebro”. Nestas atividades incluem-se, por exemplo, “puzzles”, “problemas de matemática”, “desenhar”, “pintar” e “outros trabalhos manuais”.

7 – Apostar no convívio social

“A parte social também é importante”, frisa a neurologista. Manter convívios sociais é fundamental “para nossa saúde cerebral e para prevenir dano cerebral e a progressão de algumas doenças”, aponta.

Durante a adolescência e a idade adulta, acrescenta-se num texto da OMS, “a qualidade das ligações, das conexões sociais e do apoio social continua a ter impacto na saúde do cérebro”. 

Por outro lado, “o isolamento social e a solidão na idade adulta estão associados a um risco mais elevado de desenvolvimento de deficiência cognitiva e demência”, lê-se.

8 – Privilegiar ambientes saudáveis

Na visão de Cristina Duque, “contactar mais com a natureza e menos com substâncias neurotóxicas” também é importante para preservar a saúde do cérebro.

PUB

Segundo o documento da OMS citado acima, “ambientes saudáveis (como ar e água limpos, acesso a espaços verdes, utilização segura de produtos químicos, proteção contra radiações e clima estável) podem ter um impacto profundo na saúde do cérebro ao longo da vida, especialmente durante fases sensíveis do desenvolvimento, como a primeira infância, a adolescência e a velhice”. 

PUB

9 – Gerir o stress

“Conseguirmos gerir o stress também é essencial para a saúde cerebral”, defende Cristina Duque. No entanto, admite a neurologista, é verdade que há quem tenha “vidas muito agitadas e, muitas vezes, é difícil evitar o stress”. 

Ainda assim, segundo a médica, “podemos tentar gerir de uma forma mais saudável o stress e a ansiedade”, procurando “ajuda especializada quando for preciso”.

Por outro lado, é importante que essa gestão seja feita no dia a dia, “até com exercícios de mindfulness”.

Categorias:

Neurologia

22 Jul 2023 - 08:30

Partilhar:

PUB